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🌐 Aqui há uns tempos atrás, num mundo pré-co

🌐 Aqui há uns tempos atrás, num mundo pré-covid, lembro-me de estar em modo autómato a fazer swipe pelas stories das contas que seguíamos. A meio, houve algo que me captou a atenção. Um dos mais reconhecidos viajantes portugueses estava a fazer uma sessão de perguntas e respostas.

⚙️ Numa das questões, uma seguidora perguntou que tipo de plataformas ou dicas é que ele recomendaria para que alguém possa trabalhar e viajar ao mesmo tempo. A resposta desarmou-me.

✒️ "Não há nada que possas fazer nesse sentido".

✒️ "Enquanto não exerceres num ramo que seja a tua paixão, nunca serás feliz".

✒️ "Trabalhar ao mesmo tempo que viajas não te vai tornar mais realizada se não fizeres aquilo que gostas".

🚩 Tudo isto, entre outra série de lugares comuns que mostram um completo alheamento da realidade. Como se apenas um grupo de pré-destinados pudesse efetivamente desfrutar deste estilo de vida.

🏕️ A realidade é que somos muito mais do que aquilo que fazemos profissionalmente. E falando-vos na pele de alguém que já teve um emprego chato em que tinha que estar todos os dias no escritório, e que tem agora outro emprego chato mas em que pode exercê-lo a partir de qualquer lugar do mundo, acho que é evidente qual dos dois me faz mais feliz e realizado.

🌧️ Verdade seja dita, durante longos anos acreditei em palavras como as deste corticeiro. Recordo-me de acompanhar alguns viajantes profissionais e nómadas digitais e pensar que aquela vida não estava reservada para mim. Que era preciso ter um certo tipo de skills, nascer num berço de ouro ou ter os conhecimentos certos. Que o melhor a que podia aspirar seria fazer umas 3 ou 4 viagens por ano e aproveitar ao máximo os 22 dias de férias da praxe. E não há nada de errado com isso. Durante 6 anos esta foi a nossa realidade e já nos dávamos por contentes. Já nos considerávamos privilegiados.

💻 Mas o mundo mudou, e com ele mudou também a nossa realidade. E o que queremos transmitir é que se houve algo de bom que a pandemia trouxe, essa menção honrosa terá sem dúvida que ir para a democratização do trabalho remoto.

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🍀 Tbilisi não se parece com nenhum outro síti

🍀 Tbilisi não se parece com nenhum outro sítio por onde tenhamos passado. Mas tem muitos detalhes que lembram certas cidades: ora um edifício com ar vienense, uma rua a lembrar Budapeste, uma ruela colorida que nos transporta para o Báltico, um prédio a descascar com tanto de velho como de bonito que de repente faz lembrar a antiga baixa do Porto.

💚 Tbilisi não é como qualquer outro sítio onde já tenhamos estado. Mas tem mundos dentro de si. Portas que se abrem para revelar tesouros escondidos, outras viagens dentro da viagem.

🥇 Até agora, podemos seguramente dizer que é a mais bonita e mais impressionante primeira impressão que alguma vez uma cidade despoletou em nós. Não sabemos porquê, e isso talvez torne o sentimento mais especial.

🚗 No primeiro dia, estafados de percorrer os tantos quilómetros desde Yerevan, quisemos jantar num qualquer cantinho especial. Seguindo as instruções do Google Maps fomos seguindo pela avenida principal, e atrevemo-nos prédio adentro, em direção ao piso inferior de uma galeria de arte, também restaurante de comida típica.

🎨 A sensação é a de entrar num esconderijo. Descemos as escadas e encontrámos a sala repleta de quadros, pinturas, obras de arte no chão e na parede. Além de nós, um casal que parecia estar no primeiro encontro, uma mesa de amigos e 2 senhores quiçá em negócios.

🎭 Entre risos e conversas, eu e o Bruno dividimos os pratos típicos e um pensamento esquisito engoliu-me a consciência: estou em Tbilisi, num restaurante escondido no subsolo, numa galeria de arte. Senti-me transportada para um filme, tipo personagem secundária que aparece só ali, no filme que não retrata coisa nenhuma, mas que por isso mesmo nos parece um retrato mais fidedigno da vida quotidiana.

🍷 E ali no regaço desta bebedeira de aventura e novidade, sentimo-nos como poetas que não sabem escrever: tanta coisa para revelar, tantas odes para declamar, e nenhuma palavra que esteja à altura do desafio.

Olá Tbilisi.

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🇦🇲 Chegou assim a hora de nos despedirmos de

🇦🇲 Chegou assim a hora de nos despedirmos de mais um país. Desta vez, fica para trás a surpreendente e milenar Arménia!

🏔️ Foram 4 semanas em que percorremos o país de fio a pavio, de marshrutka, shared taxi e até à boleia. Saltitámos de mosteiro em mosteiro, nadámos em lagos que se estendem até onde a vista alcança, vagueámos por grutas com mais de 6000 anos e pousámos o olhar sobre o cume gelado do Monte Ararat. E, no final do dia, cansados mas encantados, recolhemos no regaço das fachadas cor-de-rosa de Yerevan, uma cidade "cool" e cosmopolita, a anos-luz de todas as outras em terras arménias.

🎯 Como já é habitual na hora do adeus, deixamo-vos com um carrossel de 10 dos nossos locais favoritos na Arménia, por nenhuma ordem específica:

1 - Goris
2 - Khndzoresk
3 - Khor Virap
4 - Noravank
5 - Yerevan
6 - Tatev
7 - Echmiadzin
8 - Sanahin
9 - Haghpat
10 - Monte Ararat

🇬🇪 Entretanto já estamos em Tbilisi, capital da Geórgia. O país será a nossa casa para os próximos 2 meses e não podíamos estar mais entusiasmados. Tomara que não seja apenas fogo de vista, mas Tbilisi deixou-nos com a melhor primeira impressão que alguma vez tivemos de uma cidade!

🙏 Obrigado aos valentes que estão desse lado e nos têm acompanhado nesta viagem interminável. Ainda temos muito para mostrar.

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A vida dos influenciadores digitais 🤔 👉 Por

A vida dos influenciadores digitais 🤔

👉 Por favor não nos interpretem mal, que não estamos aqui para julgar ninguém. (Quando se começa um texto assim é sempre bom sinal, não é?) 😜

🤍 Prometemos vir em paz! Contudo, há aqui meia dúzia de coisas que temos a dizer e que podem ferir susceptibilidades. Como em quase tudo na vida, são só opiniões. Vale o que vale.

👄 Porque é que não usamos filtros?

Os filtros distorcem a realidade e criam uma expectativa irrealista de beleza. Há milhares de jovens e adolescentes insatisfeitos com a sua imagem porque estão constantemente expostos a ideais de beleza inatingíveis. O teu filtro de IG pode parecer inofensivo, mas não é. De cada vez que compactuamos com este tipo de ferramentas estamos a dizer sim ao perpetuar de uma ideia de perfeição inalcançável. As nossas peles são imperfeitas. O mundo é imperfeito, e está tudo bem. Apesar de imperfeitos somos felizes. E essa é uma mensagem muito importante a passar.

🌴 Porque é que não usamos presets ou photoshop e afins?

Somos uma página que pretende mostrar o mundo. Não nos cabe na cabeça passar horas a editar uma fotografia, alterar os tons, retirar as multidões de pessoas lá presentes, no fundo fazer 30 por uma linha para alterar a realidade e tentar vender uma imagem de sonho. Cada vez mais, sentimos que a sociedade vive em negação. Em constante negação da vida real e à procura de formas de escapar. O IG é perito em vender mentiras. E tu compras. Grande parte das pessoas que contemplam estas fotografias nem sequer desenvolvem a ambição de lá ir. Nunca chegam a fazer um plano. Pretendem apenas contemplar a fotografia perfeita e por segundos escapar da existência. E nós não temos qualquer interesse em criar um pequeno xanax para aliviar dores de cabeça. Não, nada disso. Nós mostramos-te o mundo real. E ainda te dizemos como fazer para lá ires ver por ti mesmo. Acredita que é muito melhor viver fora de todas as expectativas irrealistas, ali, fora do ecrã, onde a vida acontece.

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✨ Bem-vindos a Echmiadzin, o Vaticano do Cristia

✨ Bem-vindos a Echmiadzin, o Vaticano do Cristianismo Arménio!

👉 Na realidade, o nome oficial da cidade é Vagharshapat, mas todos continuam a chamá-la de Echmiadzin, o nome que carregou entre 1945 e 1995. Reza a lenda que Gregório, o Iluminado, o indivíduo responsável pela adoção do Cristianismo na Arménia, certo dia recebeu uma mensagem de Jesus durante o sono. A figura mítica descendeu sob um pedaço de terra e disse-lhe que seria lá que deveria ser construída uma Catedral em homenagem à sua doutrina.

📍 Gregório convenceu o Rei a erigir naquele exato pedaço de terra a principal catedral do país e, mais de 1500 anos depois, o edifício continua em pé. Aliás, muitos defendem que esta é a catedral mais antiga do mundo inteiro! Tudo isto para vos dizer que foi à custa desta história que a cidade recebeu o seu nome milenar. É que, em Arménio arcaico, Echmiadzin significa algo como "o lugar sob o qual o filho de Deus descendeu". Não me perguntem como é que uma palavra significa tudo isto, mas a história é esta. 😂

⛪ Para além das inúmeras igrejas e catedrais, Echmiadzin tem também um museu com reliquiários e artefactos religiosos extremamente raros. Claro que é sempre necessário fechar um bocadinho os olhos à falta de evidências, mas é aqui que - alegadamente - pudemos ver um pedaço original da Arca de Noé, a lança sagrada que matou Cristo e ainda vários vestígios da cruz onde este último foi crucificado.

🙏 Há certificados ou provas? Claro que não! Mas tal como em tudo o resto que envolva religião, o que é preciso é acreditar!

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📆 Já lá vai quase 1 ano desde que nos estream

📆 Já lá vai quase 1 ano desde que nos estreamos neste novo registo de viagem e nas lides do trabalho remoto. Dos últimos 11 meses, 8 foram passados fora de Portugal. Contudo, é inevitável não reparar no quanto o mundo mudou após o aparecimento da pandemia.

🤝 Se dantes era tão fácil conhecer outros viajantes "on the road", esse desafio tornou-se agora bastante mais difícil. Quer pela escassez de turistas, quer pelo sentimento de estranheza no contacto, os laços são agora mais difíceis de formar.

🗻 O nosso dia no Lago Sevan foi um regresso aos velhos tempos. Provavelmente o único local considerado "turístico" na Arménia, foi também o único destino onde não éramos só nós os estrangeiros a embarcar numa marshrutka saída de Yerevan. Chegados à interseção da estrada com o desvio para a Península de Sevan, saímos da camioneta rumo às margens do lago.

🧭 Uma reta enorme, com cerca de 2 km, onde ao fundo, no topo de uma colina, espreitava a sombra do mosteiro local. À nossa frente, Xiao-Fei, de um pequeno vilarejo rural da China. Atrás, Natasha, vinda da enorme e cosmopolita Moscovo.

🏊 Os olhares cruzaram-se e a decisão ficou feita. Este seria o nosso grupo improvisado para o dia em Sevan. Juntos, explorámos Sevanavank, dividimos um táxi para Hayravank, desfrutámos das vistas absolutamente deslumbrantes sobre o lago e ainda mergulhámos nas suas águas surpreendentemente quentes.

⚧ Foi um dia diferente, numa realidade em que 99% do nosso tempo é passado a dois. Mas, acima de tudo, foi um pequeno retorno aos velhos tempos. Tempos em que a viagem não era só acerca dos locais a visitar ou as iguarias a provar, mas sim sobre a troca de experiências, culturas e modos de vida. Tempos em que a viagem era o expoente daquilo que nos torna Humanos.

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